quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Rubber Soul (Beatles)

A maturidade que havia descrito na resenha de Help!, aparece mais ainda neste álbum, embora não chegue no nível de Revolver. Gosto muito de quase todas as músicas mas minhas preferidas são Drive My Car, Nowhere Man, Michelle, Girl e In My Life.


01. Drive My Car
02. Norwegian Wood (This Bird Has Flown)
03. You Won't See Me
04. Nowhere Man
05. Think for Yourself
06. The Word
07. Michelle
08. What Goes On
09. Girl
10. I'm Looking Through You
11. In My Life
12. Wait
13. If I Needed Someone
14. Run for Your Life

Help, Beatles

A primeira versão que ouvi deste disco era uma cópia brasileira em vinil, grosso e pesado, original da data de lançamento do álbum, mas com o lado B diferente do das versões inglêsa e americana. Acho que esta, que ouvi primeiro em mp3 e agora resenho, deve ser uma remasterização, já que a original era mono e essa me pareceu ser estéreo. De qualquer modo, achei excelente e percebi pela primeira vez uma maturidade nas composições que não sinto nos primeiros quatro álbuns. As letras, a partir da faixa título, são um pouco menos bobinhas do que o costume e os arranjos vocais um pouco mais ousados. Aiás, acho que são eles que me fazem destacar Help! e You're Going to Lose That Girl entre as demais, mas gosto muito do folk à Bob Dylan de You've Got to Hide Your Love Away...


01. Help!
02. The Night Before
03. You've Got to Hide Your Love Away
04. I Need You
05. Another Girl
06. You're Going to Lose That Girl
07. Ticket to Ride
08. Act Naturally
09. It's Only Love
10. You Like Me Too Much
11. Tell Me What You See
12. I've Just Seen a Face
13. Yesterday
14. Dizzy Miss Lizzy

In New York (Frank Zappa)

Confesso que não levei muita fé quando meu amigo Lôis Lancaster falou desse álbum de Zappa como um de seus preferidos. Afinal um álbum ao vivo é quase sempre uma coletânea, coisa que nunca me atraiu. Mas várias das músicas deste álbum duplo só existem em versões ao vivo e parecem ser realmente melhores neste álbum: o show contava com a participação de Lou Marini e Tom Malone, instrumentistas da banda do programa Saturday Night Live, além da contribuição de Don Pardo, locutor do mesmo programa, nas faixas Punky's Whips, The Illinois Enema Bandit e I'm the Slime.

Outra coisa que me impressionou foi a combinação de músicas bastante teatrais e algumas canções simples com faixas instrumentais longas e complexas como a famosa Black Page que aparece em três versões, a última sendo a "versão fácil para adolescentes nova-iorquinos". É incrível como ele conseguia integrar a complexidade destas peças a um espírito absolutamente lúdico de um show de rock...

Minhas preferidas são Tities & Beer,I Promise Not To Come In Your Mouth (que reaparece com o nome de Läther na versão de CD triplo de mesmo nome), Punky's Whips e as três versões de Black Page. Vale lembrar que ainda não o ouvi o suficiente para descartar outras faixas, que não conhecia, de minha lista de preferência, mas o álbum como um todo, assim como para Lôis, tornou-se um de meus prefridos do artista...

Disco 1
1. Tities & Beer
2. Cruisin' For Burgers
3. I Promise Not To Come In Your Mouth
4. Punky's Whips
5. Honey, Don't You Want A Man Like Me?
6. The Illinois Enema Bandit

Disco 2
1. I'm The Slime
2. Pound For A Brown
3. Manx Needs Women
4. The Black Page Drum Solo/Black Page
5. Big Leg Emma
6. Sofa
7. Black Page
8. The Torture Never Stops
9. The Purple Lagoon/Approximate

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A Hard Day's Night (Beatles)

Num certo aniversário, uma amiga me ligou perguntando o que eu gostaria de ganhar de presente. Eu dei uma lista de 6 CDs, entre eles o Let it Be e o Rubber Soul. E ela acabou me dando este...

Esta não é, como já disse antes, minha fase preferida da banda, inclusive metade das músicas eu nem conhecia (e ainda não conheço porque ouvi pouco o álbum...) mas de crédito tem o fato de ser o primeiro só com músicas dos Beatles (na verdade todas da dupla Lennon/McCartney), entre elas a lindíssima If I Fell. Gosto também da homônima A Hard Day's Night e de And I Love Her. O resto, entre conhecidas e desconhecidas, não chega a empolgar mas também não me causa incômodo algum na audição.

1. A Hard Day's Night
2. I Should Have Known Better
3. If I Fell
4. I'm Happy Just To Dance With You
5. And I Love Her
6. Tell Me Why
7. Can't Buy Me Love
8. Any Time At All
9. I'll Cry Instead
10. Things We Said Today
11. When I Get Home
12. You Can't Do That
13. I'll Be Back

With The Beatles (Beatles)

Segundo álbum dos Beatles, com 8 composições do grupo e 6 covers, não é um de meus preferidos, como acontece com quase todos os álbuns da primeira fase da banda. No entanto tem canções muito boas apesar de simples.

Entre as originais, merecem destaque: It Won't Be Long com um jogo de pergunta e resposta bem legal, e a famosíssima All My Loving com aquela letra bobinha mais com harmonias bem legais. Para quem gosta da voz engraçada do Ringo Starr, tem I Wanna Be Your Man mas não sei se dá para destacá-la...

Dos covers famosos, gosto muito de Till There Was You (que Beto Guedes gravou como Quando Te Vi) e Please Mister Postman, que é boa mas nem se compara a excelente versão que os Carpenters fizeram para ela...

Please Please Me, Beatles

Certamente não é a fase do grupo da qual eu mais gosto, mas tem umas musiquinhas bem legais que grudam como chiclete e permanecem em minha memória afetiva até hoje. Com a maioria, no entanto, ainda não estou familiarizado. Talvez precise ouvir mais algumas vezes para conhecê-las melhor. Quem sabe um outro dia...

Entre as grudentas que me cativaram estão I Saw Her Standing There, Ask Me Why, Please Please Me, P.S. I Love You e Do You Want To Know A Secret?.

As igualmente famosas Love Me Do e Twist And Shout são muito fraquinhas e não consigo desemvolver por elas nenhuma atenção especial.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Driving Rain (Paul McCartney)

Não tenho acompanhado de perto a carreira do velho Maca desde de Flower in the Dirty, quando veio ao Brasil pela primeira vez. Por isso quando o vi em saldo, resolvi arriscar uns trocados por esse álbum, lançado em 2001.

O CD tem um bocado de canções (15, fora a bônus Freedom que nem aparece no encarte!). Todas bem certinhas, arranjo bem-feitinho, bons vocais mas pouca coisa me desperta o interesse, exceto pela faixa que abre e as três que fecham o álbum.

A primeira, Lonely Road é realmente muito boa: uma introdução com o baixo em hemíola sugere um ritmo completamente diferente do que se percebe quando o resto da banda entra. O vocal angustiado do velho Beatle mostra que ele ainda sabe cantar rock.

Depois dessa, vem uma longa lista de rocks e baladas um pouco parecidas até chegar em Riding into Jaipur que não chega a ser brilhante mas se destaca pelas sonoridades dos loops de percussões africanas com a tampura (instrumento indiano) criando uma base meio contemplativa.

Rinse the Raindrops é cheia de mudanças nos seus 10'13" de duração. Não chega a ser exatamente "progressiva", parece mais aqueles épicos do Legião Urbana, mas é bem interessante e angustiada como a primeira. Não, não tenho um fraco por canções depressivas, mas é que estas são boas mesmo... ;-)

Freedom, a tal que não consta nos créditos, também é legalzinha, dessa vez bem animada, e ficou bem interessante o som de uma multidão batendo palmas mixada com a banda. Só acho que podia repetir o refrão um pouco menos...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Música Serve Pra Isso (Os Mulheres Negras)

Neste 2º disco, Os Mulheres Negras se afastam um pouco dos clichés para tentar explorar um formato mais tradicional de canção. Apesar de não ser tão bom quanto o 1º, este álbum tem bons destaques. Minhas preferidas são as três últimas faixas: A Lavadeira, o Varal e a Saudade (soturna e sofrida), Monstros Japoneses (divertida e naïf) e a belíssima Common Uncommunicability.

Tommy (The Who)

Ainda conheço pouco a banda e este álbum para falar com propriedade, mas gosto muito dele. Dentre aquelas que já reconheço (pelo nome) como favoritas estão a Overture, a bizarra Tommy's Holiday Camp e We're Not Gonna Take It.

Obviamente também estão em minha lista a famosíssima Pinball Wizard, e I'm Free, mas minha memória afetiva, talvez enganada pelo tempo ou por alguma das várias versões desta trilha, esperava algo mais pesado, intenso e dramático. Depois de todo o perrengue por qual passa o personagem principal deste épico, imaginava um Roger Daltrey gritando com uma voz de James Brown "I'M FREEEE!!! IIIII'M FREEE!!!"

Tempestade (Rogério Gulim)

Cheguei a este álbum por intermédio de um amigo Curitibano que conheci durante as férias de 2004. Gostei tanto do trabalho que resolvi ligar pro artista. Não tive oportunidade de encontrá-lo mas combinamos por telefone um escambo de CDs: espero que ele tenha gostado de meu trabalho tanto quanto gostei do dele...

A princípio de conversa, apesar da viola de 10 cordas, este NÃO é um disco de música caipira, sertaneja, pantaneira ou coisa que o valha. O universo musical de Rogério Gulin aparenta ter um horizonte bem amplo e isso fica impregnado em seu trabalho. Em algumas das faixas Rogério é acompanhado por grupos de diversas formações, mas, na maioria delas, a viola aparece como única estrela. A qualidade da execução e da gravação é tão boa quanto a das composições e mesmo nestas faixas solo não se sente falta de instrumentos complementares. E saiba que, no meu caso, isso é um grande elogio, pois raramente me interesso por música para instrumento solo, salvo a obra de piano de Debussy.

Meus solos preferidos abrem o disco: Chão de Pedra e Caminho. Além destas, a lindíssima Tempestade, que dá nome ao álbum. Entre as faixas gravadas com outros músicos, destaco Serra Abaixo e Se Oriente.

Música e Ciência (Os Mulheres Negras)

Os Mulheres Negras foram uma hilária, eclética e inteligente (não necessariamente nesta ordem) banda paulistana nascida nos anos 80. Neste seu primeiro trabalho misturam rock, punk, jazz, pop, hip-hop, música sertaneja, blues e muito humor em arranjos super criativos e instigantes. O encarte, originalmente um jornalzinho feito numa impressora matricial, é responsável por mais de 50% do humor do trabalho, mas a qualidade das músicas independe das piadas.

Entre tantas pérolas destaco a versão lancinante de Summertime de Gershwin, Orelhão, 19:30 e a lindíssima Mãoscolorida, todas instrumentais. Entre as cantadas, 3 músicas coladas, Lobos para Crianças e a engraçadíssima Feridas, que, segundo o encarte, não tem letra: apenas uma ilusão de áudica...

The Steve Howe Album (Steve Howe)

Este álbum mostra definitivamente que Steve Howe não é apenas (?!?) um instrumentista virtuoso, mas também um compositor bastante versátil e um grande arranjador. Os 14 instrumentos que toca no álbum, entre várias guitarras, baixos, violões, bandolins, banjos e demais "parentes", são cuidadosamente dispostos nos arranjos aproveitando ao máximo suas características tímbricas. Em algumas faixas Steve conta também com os membros do Yes, Patrick Moraz, Bill Bruford e Alan White, além de Ronnie Leahy nos sintetizadores, Clive Bunker na percussão e Graham Presket no violino.

Já vi e ouvi várias críticas sobre suas habilidades como cantor (eu mesmo sou autor de algumas...) mas neste álbum, sua única participação vocal em nada compromete a belíssima All's A Chord. Para a outra faixa cantada, Look Over Your Shoulder, Steve arregimentou Claire Hamill que registrou a minha preferida performance vocal feminina entre tudo o que já ouvi na vida! Além destas, outras prediletas são Pennants e Diary Of A Man Who Vanished.

O disco segue muitíssimo bem até a 7ª faixa, quando então dá uma "brochada" em Surface Tension e vai caindo cada vez mais até terminar com uma versão para guitarra elétrica e orquestra de cordas do 2º movimento do concerto em Ré Maior de Vivaldi. Uma pena, nas ainda assim recomendo com entusiasmo este CD, mesmo porque, já vi críticas que citavam justamente estas 3 últimas faixas como grandes destaques do álbum...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cured (Steve Hackett)

Quando comprei este álbum, sabia de sua má fama. Digamos que não seja o melhor trabalho do artista... Porém, estava relativamente barato, e, como nunca tinha esbarrado com este trabalho antes em vinil ou CD, achei que valia a pena o risco. Talvez por esta tão baixa expectativa, o álbum acabou me agradando.

O disco tem um lado pop meio mal-resolvido. São canções fraquinhas com a Linn Drum (bateria eletrônica revolucionária para a época) e arranjos vocais maciços feitos com várias dobras do vocal limitado do guitarrista, extrapolando o limite do bom gosto. Tudo isso torna o disco tão datado que dá até pra advinhar que dia da semana ele foi gravado ;-)

Porém, a partir da 3ª faixa, as surpresas começam a aparecer. Músicas como The Air-Conditioned Nightmare, A Cradle Of Swans e Overnight Sleeper, um pouco mais próximas do estilo de seus trabalhos anteriores, faz valer a pena a aquisição deste álbum pelos fãs com um pouquinho de tolerância.

Automat (Romano Musumarra & Claudio Gizzi)

Fantástico! Essa pérola dos primórdios da música eletrônica, raríssima em sua versão em CD (minha cópia foi transcrita do vinil), fez muito sucesso no Brasil porque uma de suas faixas, Droid, era usada na abertura do Jornal da Globo na década de 80.

Todas as músicas são excelentes. As duas últimas faixas do álbum, Ultraviolet e Mecadence, são minhas prediletas, com suas sonoridades exuberantes e "climas" exóticos.

Automat (que toma a 1ª metade do disco) e a já citada Droid, com seu pulso constante e decidido, não fariam feio em nenhuma pista de techno dos dias de hoje.

Selling England by the Pound (Genesis)

Este é um clássico. O melhor álbum da fase com Peter Gabriel e talvez o melhor de todos os álbuns da banda. Letras, músicas, arranjos e qualidadde de gravação estão à beira da perfeição. Só a capa é que deixa um pouco a dever a outras como a fase da banda como quarteto, por exemplo. Para mim também foi um dos primeiros álbuns de (vamos dizer assim) "rock progressivo" que ouvi, capitaneado por Cinema Show que conheci na programação da Rádio Fluminense FM.

Além desta, emendada à Aisle of Plenty, minhas preferidas são Firth of Fifth, After the Ordeal e The Battle of Epping Forest. É claro que Dancing With the Moonlit Knights também é fantástica, ficando por último em minha preferência a super famosa I Know What I Like e a baladinha acústica (com cara de carreira solo de Phil Collins...) More Fool Me.

ìtem obrigatório na discoteca de qualquer um que se interesse profundamente pela música da década de 70.

Humanos (Oficina G3)

Com músicos excepcionais, excelentes arranjos, uma produção impecável e algumas boas letras, tenho de confessar que o Oficina G3 me surpreendeu. Até hoje, quase tudo que me havia chegado aos ouvidos dentro desse saco-de-gatos da chamada música gospel não se distanciava muito do que eu chamaria de música brega. Apesar de várias boas vozes, as letras são freqüentemente muito fracas, por vezes didáticas demais. Mas não é o caso desta banda.

Apesar dos elogios, não é o tipo de som que gosto de ouvir. Prefiro a distorção dos valvulados à deste álbum, típica de bandas como o Linkin' Park. As baladas não são tão boas quantos as músicas mais pesadas e a temática cristã por vezes esbarra no cliché. Ainda assim, valeu a audição, principalmente pela técnica e bom gosto dos solos de guitarra.

As que mais me chamaram a atenção foram Onde Estás, Simples e Até Quando?.

Quem gosta de rock contemporâneo, deveria dar uma ouvidinha neste trabalho...

Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Beatles)

Apesar de ser um clássico de todos os tempos, não é o meu preferido da banda. Mas gosto, um pouco mais ou um pouco menos de todas as faixas. Algumas são realmente excepcionais e minhas preferidas são Being for the Benefit of Mr.Kite pelos seus efeitos sonoros e clima bizarro, She´s Leaving Home e When I´m Sixty Four por seus arranjos lindíssimos e A Day in the Life com seu final surpreendente..

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Revolver (Beatles)

Primeiro disco onde George Harrison consegue emplacar três composições suas, talvez por isso, um dos melhores álbuns do grupo. Nada contra os sucessos da dupla Lennon/McCartney, mas acho que o tom experimental e exotérico de Harrison sempre ajudava a tornar a banda mais interessante e variada.

Sua Taxman abre o álbum e é uma de minhas preferidas, principalmente pelo solo de guitarra exótico e nervoso. Eleanor Rigby com aquele fantástico arranjo para um quarteto de cordas (grande frustração de George Martin, já que Paul chamou outro arranjador para fazê-lo num dia em que Martin estava ocupado...), I'm Only Sleeping, com sua melodia arrastada e o solo de guitarra invertido (tocando a gravação de trás para frente), Love You Too com aqueles vocais fantásticos soando como um sitar indiano (e um sítar indiano soando como ele mesmo...), And Your Bird Can Sing com seu soli (solo com uma melodia harmonizada/dobrada) de guitarras de Harrison, a "climática" e experimental Tomorrow Never Knows, além das maravilhosas baladas Here, There and Everywhere e For No One.

Got to Get You Into my Life tinha tudo para ser uma de minhas prediletas também, mas depois do que o Earth, Wind and Fire fez com esta música, qualquer outra versão (inclusive esta que é a original) me parece tão sem-graça...

De qualquer modo, pela quantidade de preferidas, dá pra ver como gosto deste disco...

Yellow Submarine (Beatles)


Nunca me considerei um beatlemaníaco, mas realmente acho o trabalho dos 5 rapazes de Liverpool excepcional. Não, não errei as contas, não. Os fãs mais radicais que me perdoem por esta heresia, mas acho que os Beatles sem George Martin não seriam mais do que um bom grupo vocal. Isso fica claro com a leitura de "Paz, Amor e Sgt. Pepperś", onde o produtor conta detalhes da produção do álbum mais revolucionário desta banda.

Voltando ao Yellow Submarine, este disco faz justiça ao enorme talento do maestro como produtor, arranjador e aqui também como compositor, com um lado (do vinil) todo dedicado à trilha sonora de sua autoria. Seu trabalho não deixa nada a dever a um John Williams, por exemplo. Desta trilha, destaco Sea of Holes com o vibrato do vibrafone rapidíssimo simulando um eco e o uso dos recursos eletrônicos (bem precários na época...) criando efeitos especiais com o mesmo vibrafone numa fita tocada de trás para frente. Em Sea of Monsters ele acrescenta uma guitarra com distorção e um pedal de wha-wha tão bem combinado com os outros instrumentos que nem parece algo estranho a uma orquestra. Também tem as emocionantes Pepperland, March of the Meannies... é tudo muito bom!

A primeira parte do álbum, apesar das bobinhas Yellow Submarine e All Together Now (que, apesar disso, eu gosto muito...) as já experimentais Only a Northern Song e Itś All Too Much, ambas de Harrison (e minhas preferidas desta 1º parte), a clássica All You Need is Love e a pouco conhecida mas vibrante Hey Bulldog fazem deste um álbum clássico. Na verdade é como se fossem dois aĺbuns num só: um dos 4 membros originais e o outro, um disco solo do 5ª Beatle.

Metal Fatigue (Allan Holdsworth)

Primeiro álbum que adquiri do artista (não que ele o tenha vendido para mim...).

Os apressados poderão mudar de faixa logo na introdução da 1ª, Metal Fatigue, que começa com algo que parece um arremedo de heavy-metal mas na verdade é uma canção bem bonita.

Há também Panic Station, outra das 3 faixas cantadas, que termina com um dos solos de baixo mais bonitos que já ouvi.

I.O.U. (Allan Holdsworth)

Não sou fã de "guitarreiros" que são louvados por tocarem 10.548 notas por segundo. Allan Holdsworth é um cara muuuuito rápido. As progressões harmônicas de suas músicas usam acordes com 9º super-diminuta, 11º aumentada e 13º suspensa (atenção!!! Isto é uma piada! Não tenten criar estes acordes em casa!!!), mas apesar disso, estranhamente eu gosto muito de seu trabalho, e este I.O.U. que transcrevi há pouco tem um monte de surpresinhas escondidas nas músicas. Algumas tem finalizações tão diferentes que parece até que você pulou a faixa do CD por engano. É o caso da instrumental "climática" Shallow Sea. O disco segue quase sempre alternando canções (com harmonias bem complexas e grandes trechos de improviso, diga-se de passagem) com faixas somente instrumentais. São 4 de cada, mas suas harmonias complexas, rítmos quebrados e dezenas de detalhes tornam difícil o reconhecimento de suas individualidades.

Uma das que lembro pelos detalhes é a pseudo-metal Out From Under, que começa com uma levada de guitarra com cara de hard-rock da década de 70, entremeada por uma guitarra alucinada estilo Van Halem e termina com uma levada super suingada no baixo.

Outros detalhes curiosos para destacar: em Temporary Fault o baterista faz um bonito mas simples solo de piano e Allan, de violino (embora não tão simples assim...). Aliás, o guitarrista é conhecido por tirar inúmeras sonoridades diferentes da guitarra: às vezes parece sintetizador, outras piano, outras violino e outras até guitarra! :-) Por isso, se não tivesse lido a ficha técnica, provavelmente não identificaria a diferença entre o violino e a guitarra na mão deste virtuoso senhor inglês.

Waka/Jawaka (Frank Zappa)

Primeiro álbum da fase "jazz-big-band" do artista, não é um dos meus favoritos. O tema que abre o disco, Big Swifty até é bem legal, mas se estende numa vamp longuíssima por mais de 14 min. Depois da repetição do tema, mais alguns minutos de levada indefinida. Poderia ser mais curtinha ou ter improvisos um pouco mais inspirados.Your Mouth é uma canção simples numa levada meio folk meio bluegrass. Seguindo ela, It Just Might Be a One-Shot Deal, um blues aparentemente simples, traz um solo surpresa no meio. Legal mesmo é a faixa título e última do disco, com solos de trumpete, sintetizador e guitarra sobre uma base que, com algumas modulações simples, cria um movimento na harmonia já suficiente para acrescentar alguma novidade. Na parte final, diferente da inicial, mudanças na sonoridade do arranjo com flautas e sinos aparecendo sobre a tradicional base de metais e saxes encerra com mais uns pontinhos em favor do álbum.

Pra resumir, o trabalho é legal mas não chega a impressionar. Se o achar por um preço razoável, pode levá-lo sem medo.

sábado, 1 de setembro de 2007

Mekanïk DestruktÏw Kommandöh (Magma)

Neste 3º álbum do Magma, o jazz-rock dos primeiros discos dá espaço ao lado mais épico e experimental de seu estilo, mas os versos em kobaia (idioma inventado pela própria banda) ainda persistem. Não gosto muito dos vocais meio operísticos nem dos gritos agudíssimos das sopranos no final do álbum, mas o trabalho é tão bom e sui-generis que esses detalhes não são suficientes para me impedir de ouvir esse disco várias vezes direto.

A música, tocada por banda e côro orquestrais, têm alguma coisa de Stravinsky e Orff (Carmina Burana) e tem um final empolgante como esta última.

1001º Centigrades, Magma

Segundo trabalho do Magma, este foi o primeiro álbum da banda que ouvi. Depois o dono do disco me mostrou também o 1º e 3º e acabei comprando dele os três.

Este têm uma proximidade muito grande com o 1º: jazz-rock de primeira, bem mais composto do que improvisado, com uns toques de experimentalismo em algumas partes vocais, digamos "expressionistas", que aparecem uma vez ou outra. As letras também são todas em kobaia, idioma inventado pelo próprio Magma, e narram uma parte de um épico de ficção científica. Apesar de meus conhecimentos de kobaia serem limitadíssimos (como aliás acontece com toda a humanidade...), ainda assim dá pra aproveitar (e muito!) esse trabalho. Altamente recomendado!