quinta-feira, 20 de setembro de 2012

The Dark Side of the Moon (Pink Floyd)

Acho que este álbum dispensa apresentações...

Conheci-o quando tinha uns 13 ou 14 anos, por intermédio de meu amigo (e hoje compadre...) Marcus Possi. Ele, que é seis anos mais velho que eu, deve ter conhecido este clássico na época do lançamento em 1974. Nesta época, estavam começando a experimentar o sistema quadrafônico* e meu amigo ficou tão empolgado com este recurso que comprou equipamento e alguns dos álbuns que usavam esta tecnologia. Era o caso de The Dark Side of the Moon.

Costumávamos sentar em poltronas no meio da sala, formando um triângulo equilátero com as caixas da frente, apagar as luzes e ouvir discos em alto e bom som (ele também se encarregava de fazer caras feias para os parentes que abriam a porta e cruzavam a sala de vez em quando...).

Esse disco é simplesmente uma obra-prima da música pop e da produção fonográfica de um modo geral. Nele, o então jovem técnico de som Alan Parsons, trocando de turnos com outros técnicos para acompanhar toda a gravação do projeto, experimentou recursos pouco ortodoxos como, por exemplo, usar um enorme anel de fita magnética saindo do gravador e dando a volta em toda a sala de gravação para criar longos ecos impossíveis de serem feitos com o equipamento da época.

Claro que a banda também teve acesso ao que de mais moderno havia na época no reino da tecnologia musical: sintetizadores, gravadores multi-pista etc.

As música são emendadas em duas longas suítes que duram, cada uma, uma lado inteiro de um disco de vinil. Isto torna a minha seleção de destaques bastante fácil: minhas faixas preferidas são o Lado A e o Lado B ;-)

O álbum é perfeito da primeira a última batida do coração (que abre e fecha o disco respectivamente...), mas, além do efeito impressionante que é ouvir numa sala à meia-luz aquela dezena de relógios tocando no início de Time, fiquei boquiaberto quando descobri que Clare Torry, dona daquela voz azul-marinho profundo (ou seja: bluesy e nigérrima) que canta em The Great Gig in the Sky, é inglesa e branca (!!!)

Ouvir este álbum como ele merece, requer um certo ritual. Por isso, sente-se confortavelmente, feche os olhos, e ligue o som em bom volume para recebê-lo em sua vida. E, por favor, transmita essa experiência às próximas gerações para que não fiquem nas trevas da ignorância musical. Afinal, como diz a voz quase inaudível no final do álbum "There's no dark side in the moon really. As a matter of fact it's all dark..."ˆ

*forma de gravar e reproduzir som em 4 vias: tradicionalmente 2 caixas de som na frente e 2 atrás do ouvinte).

ˆ"Não existe lado escuro na lua realmente. Na verdade é tudo escuro..."

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