Não tenho certeza de como e quando tomei contato com esse álbum, mas creio que foi através de meu colega e ex-vizinho Fábio "Bola" lá pelo fim de 1984 ou começo de 1985. Pode ter sido também pelas mãos de meu então aluno, Felipe Reigada na mesma época (lembro que seu pai também tinha esse disco).
Este trabalho não causou tanto impacto em minha forma de perceber ou conceber música (já conhecia muuuuita coisa diferente àquela época...), mas lembro que me apaixonei pelo álbum logo na primeira audição e, só hoje percebo claramente, que muito do estilo de Mike Oldfield em seus primeiros discos formaram a base para várias de minhas idéias, muitas das quais ainda espero poder desenvolver num futuro não muito longínquo...
Para quem não o conhece, o álbum é formado por duas longas faixas, Tubular Bells partes I e II, gravados em 1972, quando o multi-instrumentista tinha apenas 19 anos de idade, e lançado no início do ano seguinte. Nestas suítes, o músico toca mais de 20 instrumentos diferentes e passeia por vários "climas": do minimalismo ao rock, do folk à new age, Oldfield mistura tudo num amálgama único que só poderia mesmo ser definido como música "oldfieldiana"...
sábado, 29 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
The Dark Side of the Moon (Pink Floyd)
Acho que este álbum dispensa apresentações...
Conheci-o quando tinha uns 13 ou 14 anos, por intermédio de meu amigo (e hoje compadre...) Marcus Possi. Ele, que é seis anos mais velho que eu, deve ter conhecido este clássico na época do lançamento em 1974. Nesta época, estavam começando a experimentar o sistema quadrafônico* e meu amigo ficou tão empolgado com este recurso que comprou equipamento e alguns dos álbuns que usavam esta tecnologia. Era o caso de The Dark Side of the Moon.
Costumávamos sentar em poltronas no meio da sala, formando um triângulo equilátero com as caixas da frente, apagar as luzes e ouvir discos em alto e bom som (ele também se encarregava de fazer caras feias para os parentes que abriam a porta e cruzavam a sala de vez em quando...).
Esse disco é simplesmente uma obra-prima da música pop e da produção fonográfica de um modo geral. Nele, o então jovem técnico de som Alan Parsons, trocando de turnos com outros técnicos para acompanhar toda a gravação do projeto, experimentou recursos pouco ortodoxos como, por exemplo, usar um enorme anel de fita magnética saindo do gravador e dando a volta em toda a sala de gravação para criar longos ecos impossíveis de serem feitos com o equipamento da época.
Claro que a banda também teve acesso ao que de mais moderno havia na época no reino da tecnologia musical: sintetizadores, gravadores multi-pista etc.
As música são emendadas em duas longas suítes que duram, cada uma, uma lado inteiro de um disco de vinil. Isto torna a minha seleção de destaques bastante fácil: minhas faixas preferidas são o Lado A e o Lado B ;-)
O álbum é perfeito da primeira a última batida do coração (que abre e fecha o disco respectivamente...), mas, além do efeito impressionante que é ouvir numa sala à meia-luz aquela dezena de relógios tocando no início de Time, fiquei boquiaberto quando descobri que Clare Torry, dona daquela voz azul-marinho profundo (ou seja: bluesy e nigérrima) que canta em The Great Gig in the Sky, é inglesa e branca (!!!)
Ouvir este álbum como ele merece, requer um certo ritual. Por isso, sente-se confortavelmente, feche os olhos, e ligue o som em bom volume para recebê-lo em sua vida. E, por favor, transmita essa experiência às próximas gerações para que não fiquem nas trevas da ignorância musical. Afinal, como diz a voz quase inaudível no final do álbum "There's no dark side in the moon really. As a matter of fact it's all dark..."ˆ
*forma de gravar e reproduzir som em 4 vias: tradicionalmente 2 caixas de som na frente e 2 atrás do ouvinte).
ˆ"Não existe lado escuro na lua realmente. Na verdade é tudo escuro..."
Conheci-o quando tinha uns 13 ou 14 anos, por intermédio de meu amigo (e hoje compadre...) Marcus Possi. Ele, que é seis anos mais velho que eu, deve ter conhecido este clássico na época do lançamento em 1974. Nesta época, estavam começando a experimentar o sistema quadrafônico* e meu amigo ficou tão empolgado com este recurso que comprou equipamento e alguns dos álbuns que usavam esta tecnologia. Era o caso de The Dark Side of the Moon.
Costumávamos sentar em poltronas no meio da sala, formando um triângulo equilátero com as caixas da frente, apagar as luzes e ouvir discos em alto e bom som (ele também se encarregava de fazer caras feias para os parentes que abriam a porta e cruzavam a sala de vez em quando...).
Esse disco é simplesmente uma obra-prima da música pop e da produção fonográfica de um modo geral. Nele, o então jovem técnico de som Alan Parsons, trocando de turnos com outros técnicos para acompanhar toda a gravação do projeto, experimentou recursos pouco ortodoxos como, por exemplo, usar um enorme anel de fita magnética saindo do gravador e dando a volta em toda a sala de gravação para criar longos ecos impossíveis de serem feitos com o equipamento da época.
Claro que a banda também teve acesso ao que de mais moderno havia na época no reino da tecnologia musical: sintetizadores, gravadores multi-pista etc.
As música são emendadas em duas longas suítes que duram, cada uma, uma lado inteiro de um disco de vinil. Isto torna a minha seleção de destaques bastante fácil: minhas faixas preferidas são o Lado A e o Lado B ;-)
O álbum é perfeito da primeira a última batida do coração (que abre e fecha o disco respectivamente...), mas, além do efeito impressionante que é ouvir numa sala à meia-luz aquela dezena de relógios tocando no início de Time, fiquei boquiaberto quando descobri que Clare Torry, dona daquela voz azul-marinho profundo (ou seja: bluesy e nigérrima) que canta em The Great Gig in the Sky, é inglesa e branca (!!!)
Ouvir este álbum como ele merece, requer um certo ritual. Por isso, sente-se confortavelmente, feche os olhos, e ligue o som em bom volume para recebê-lo em sua vida. E, por favor, transmita essa experiência às próximas gerações para que não fiquem nas trevas da ignorância musical. Afinal, como diz a voz quase inaudível no final do álbum "There's no dark side in the moon really. As a matter of fact it's all dark..."ˆ
*forma de gravar e reproduzir som em 4 vias: tradicionalmente 2 caixas de som na frente e 2 atrás do ouvinte).
ˆ"Não existe lado escuro na lua realmente. Na verdade é tudo escuro..."
ver em:
Pink Floyd,
revisado,
The Dark Side of the Moon
sábado, 15 de setembro de 2012
Abacab (Genesis)
No começo de 1981 eu praticamente só ouvia ABBA e Earth, Wind & Fire. Mas ouvia rádio também. E foi numa rádio mainstream da época, a Antena 1 FM, que eu conheci No Reply at All do Genesis. Logo de cara fiquei instigado por aquela linha de baixo "cantando" durante toda a música e o arranjo de metais que me pareceu familiar (porque era justammente o pessoal do EW&F tocando...). Pedi o compacto desta música de natal mas ganhei o LP inteiro de presente.
Lembro-me que ouvia pouco este álbum, mas, sempre que o fazia, fazia com prazer. Aquelas músicas diferentes, longas e cheias de sintetizadores, eram uma grande viagem para mim. Este álbum, que considero como o melhor da fase trio da banda, foi a minha porta para o Genesis progressivo. E daí, um novo mundo se descortinou. Mas isso já é outra história...
Gosto muito de todas as faixas do álbum, mas, para mim, ele segue irretocável até a 5ª faixa (originalmente a 1ª do 2º lado do vinil...). Abacab, No Reply at All, Me and Sarah Jane, Keep it Dark e Dodo / Lurker, sem dúvida a mais progressiva do álbum. Dá uma escorregada em Who Dunnit? (com uma letra que deve ter surgido de um improviso bobo - melhor seria se tivessem incluído Naminanu em vez dela...) e volta para um patamar intermediário com Man on the Corner, Like It or Not e Another Record.
Por conta da importância que este álbum teve para mim, abrindo-me uma passagem direta do pop para o progressivo e, consequentemente, para um universo de experiências musicais, coloco-o na lista dos 10 álbuns mais influentes de minha vida.
Lembro-me que ouvia pouco este álbum, mas, sempre que o fazia, fazia com prazer. Aquelas músicas diferentes, longas e cheias de sintetizadores, eram uma grande viagem para mim. Este álbum, que considero como o melhor da fase trio da banda, foi a minha porta para o Genesis progressivo. E daí, um novo mundo se descortinou. Mas isso já é outra história...
Gosto muito de todas as faixas do álbum, mas, para mim, ele segue irretocável até a 5ª faixa (originalmente a 1ª do 2º lado do vinil...). Abacab, No Reply at All, Me and Sarah Jane, Keep it Dark e Dodo / Lurker, sem dúvida a mais progressiva do álbum. Dá uma escorregada em Who Dunnit? (com uma letra que deve ter surgido de um improviso bobo - melhor seria se tivessem incluído Naminanu em vez dela...) e volta para um patamar intermediário com Man on the Corner, Like It or Not e Another Record.
Por conta da importância que este álbum teve para mim, abrindo-me uma passagem direta do pop para o progressivo e, consequentemente, para um universo de experiências musicais, coloco-o na lista dos 10 álbuns mais influentes de minha vida.
Assinar:
Postagens (Atom)