domingo, 7 de outubro de 2007

Marquis de Sade (Lalo Schifrin)

Uma correção: o nome verdadeiro deste álbum é "The dissection and reconstruction of music from the past as performed by the inmates of Lalo Schifrin´s demented ensemble as a tribute to the memory of the Marquis de Sade" , mas, obviamente, o título era muito grande para ser colocado no campo do blog...

Este álbum é incrível! Talvez um dos meus 10 álbuns preferidos de todos os tempos! O compositor e pianista argentino conseguiu capturar a essência da música barroca e renascentista e amalgamá-la com o jazz, o blues e a bossa-nova entre outros. Muito mais do que simplesmente tocar alguma peça de Bach com uma levada de jazz, ele compôs peças originais que conseguem integrar características aparentemente tão díspares quanto as das músicas de vários séculos de separação.

Old Laces e The Wig que abrem o álbum já dão todo o clima do que vem a seguir. A primeira começa com uma levada de jazz guiando uma flauta super comportada e sóbria que assim segue até a parte do improviso, onde se alterna com uma guitarra num clima bem bluesy. A segunda faixa, bem animada, uma peça típica para big bands americanas, é a mais famosa do disco. Foi, inclusive, usada por vários anos no comercial de uma certa loja de vidros e molduras. Música de Schifrin para um comercial "chinfrin"... Perdão pelo trocadilho infame, mas a faixa é muito boa, talvez a minha preferida.

Outra que vale a pena destacar é Renaissance, que começa com um violão clássico numa típica peça renascentista para alaúde e corta para uma levada super suingada para um quarteto de jazz (piano, baixo, guitarra, bateria). Sempre no início de cada repetição, um pequeno interlúdio de 4 compassos lembra o porquê do título da faixa.

Este disco é super inteligente e bem feito sob aspectos musicais. Mas para qualquer leigo, seu alto astral e suingue são marcantes. Pena que seja tão curto (tem pouco mais do que 30 min). Enfim, ele é tão bom que não consigo acreditar que levou tanto tempo para ser lançado em CD. E isso só aconteceu graças aos japoneses. Eu o tinha em vinil e fiquei anos procurando-o nesta mídia mais moderna.

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